domingo, 15 de abril de 2012

O Bode na Maçonaria

Sempre foi comum chamar o maçom de “bode”, sendo esta uma história longa e interessante...

Ninguém consegue penetrar os mistérios da Maçonaria. A Igreja tentou, por todas as vias, liquidar a Maçonaria, mas nunca conseguiu, embora tenha queimado e torturado muita gente. A palavra “ma­çom” quer dizer “pedreiro” (o que “amas­sa” o barro). Os maçons reuniam-se em con­frarias para estudar. Tudo que fa­ziam era cheio de segredos.
Guardar segredo, porém, não foi iniciativa dos maçons. A origem do ­segredo vem desde o mundo antigo, quando os gregos já chamavam de “Mistérios” os grandes ensinamentos sobre o mundo, ou sobre os pilares que sustentam o mundo.
Bem mais tarde, no tempo de Cristo, quando os apóstolos espalharam-se para pregar a palavra de Jesus, respeitavam muitas das tradições do Velho Testamento. Em muitas cidades que che­gavam, praticava-se a tradição de transmitir os pecados das pessoas para um bode e lançá-lo no deserto. Era o bo­de expiatório citado na Bíblia. Há até quem diga que algumas pessoas mais abastadas confessavam os pecados ao ouvido de um bode, antes de abandoná-lo à própria sorte.
Por que o bode? Diz a tradição que o Antigo Testamento teria escolhido o bo­de por ser um animal que não iria trans­mitir os pecados para mais ninguém. Era símbolo do silêncio absoluto. Confessou para um bode, estava guardado a sete chaves! Até hoje, o ritual da expiação dos pecados é seguido pelo Judaísmo, sacrificando um bode em ca­da templo, ou comunidade, depois de este ter recebido os pecados das pessoas.
Depois do sacrifício do bode, no An­tigo Testamento, praticado pelos judeus, surgiu Jesus Cristo, que foi crucificado para pagar os pecados do mundo. Era o novo bode expiatório.
Depois de Jesus, a própria Igreja Católica substituiu o bode do judaísmo pelo padre, que passou a ouvir os pecados dos fiéis, num confessionário. O pa­dre, no caso, é garantia de silêncio abso­luto, como o bode, jamais podendo levar adiante o que o fiel confessou. Nem a Justiça consegue abrir as portas do confessionário religioso. O padre, portanto, também poderia ser chamado de “bode”.

Bode maçom

Quando a igreja Católica começou a perseguir os maçons, também estes juraram manter o silêncio absoluto, seguindo recomendação semelhante a que o Senhor havia passado para o profeta Daniel, mandando fechar e lacrar as palavras até o final dos tempos (Daniel 12:4), completando: “muitos serão purifi­cados, esbranquiçados e refinados, mas os transgressores procederão iniquamente e nenhum dos transgressores entenderá, mas os sábios entenderão”.
Durante o processo que condenou os Templários, o Papa Clemente V acusou os guerreiros de idolatria a um pre­tenso ídolo com cabeça de bode, juntando-se toda sorte de acusações de sodomia, bacanais em que sempre havia um homem meio-bode, etc. O resultado é que todos os simpatizantes dos Templários, incluindo o chefe Jacques de Molay foram martirizados, ficando a Igreja como guardiã dos tesouros dos Templários.
Durante as perseguições no início do século XIX, na França de Bonaparte, um dos inquisidores, Chasmadoiro Ron­calli, chegou a desabafar, com um supe­rior: “Senhor, este pessoal maçom parece bode, por mais grave que eu torne o processo de flagelação, não consigo arrancar de nenhum deles quaisquer pa­lavras”.
Na Maçonaria, “ser como bode” significa trabalhar em silêncio. A imagem do bode ficou conhecida como símbolo do segredo, do silêncio, da confidência entre irmãos da doutrina.

Modernidade

O certo é que o apelido de “bode” tornou-se sinônimo de “maçom”. Hoje, quando um novo membro é inscrito na Maçonaria, logo quer saber “onde está o bode”, no templo. Para espanto seu, des­cobre que não existe bode algum na Maçonaria, para ser cultuado.
Muitos passaram a se identificar por meio de uma caricatura de um bode, ima­gem bem humorada, mas que serviu para que os católicos achassem que era um evidente sinal de filiação a Satã até recentemente. Aumentou, portanto, o uso da imagem do bode como símbolo do diabo, na Igreja Católica, tendo em vista condenar a Maçonaria como se fosse uma religião, o que não é.
Como piadas de bom gosto é comum encontrar a palavra bode associada à Maçonaria:
- “Esta festa está cheirando a bode” - que significa: “esta festa está cheia de maçons”.
- “Está pronto para sentar no bode”? - que significa: “está pronto para assumir o silêncio”?
Os próprios maçons aproveitaram e utilizam, francamente, o bode como figura bem humorada para caracterizar sua vida por meio de adesivos, chaveiros, camisetas, bonés, bonecos e esta­tuetas. O bo­de, entre os maçons, por­tanto, virou uma brincadeira.

Maçom sem bode

Na verdade, o bode não é símbolo maçônico. É símbolo de bode expiatório e isso tem a ver com o Velho e o Novo Tes­tamentos. Na Maçonaria, o bode lembra as fogueiras da inquisição e milhares de vidas arruinadas no decorrer dos séculos. Bode é lembrança de sombras tenebrosas para o maçom.
Modernos maçons condenam o uso da imagem do bode, mesmo que bem hu­moradas, pois essa imagem é desnecessária ao cumprimento da missão da Ordem. Afinal, foi por causa desse sím­bolo que milhares morreram.
Alguns líderes insistem em que exis­tem “ma­çons-perigosos”, justamente esses que ajudam a popularizar a imagem do bode, chegando até a ostentar um certo orgulho por isso. Estes líderes acham que os enfeites com imagem do bode são simplesmente ridículos e deveriam ser, definitivamente, abandonados.

Tirando os excessos, um bom texto para refletirmos sobre nossa postura na Maçonaria.

  • Escrito por José P. Setúbal



  • acacia-flor2
    Um dos anteriores VM da Mestre Affonso Domingues enviou-me uma lista de definições de Maçon, anotando que em alguma dessas definições deveria estar incluido.
    Claro que o nosso querido LRD está incluido numa delas, e para castigo dele mas alegria nossa, incluo-o na última !
    A mensagem que Ele me enviou é a que segue:
    Como em todas as Organizações, podemos afirmar que também na Maçonaria não somos todos iguais. Existem, informalmente, diversos tipos de maçons que se caracterizam pelos seus comportamentos. De conformidade com as suas maneiras de se comportarem em relação à Instituição, vários tipos de Maçom vamos evidenciar.
    SUPERMAÇOM - Este é o que conhecemos, geralmente, como um figurão . Como sempre, amável e educado. Na vida profana ocupa posições de relevo; talvez por isso não tenha tempo nem se sinta obrigado a frequentar os nossos trabalhos. A Tesouraria quase sempre está em dificuldades com ele; entretanto, sempre tem os seus defensores devido à posição de destaque que ocupa no mundo profano.
    MAÇOM SATÉLITE - Também não é amigo da frequência, mas é prestimoso, amável, contribui sempre e generosamente quando solicitado. Não emite opiniões, não vive a vida da Loja, não procura criar casos. Embora prime pela ausência, os Responsaveis nunca estão dispostas a enquadrá-lo porque no fim das contas é um bom sujeito, sempre disposto a colaborar, sempre pronto a ajudar um Irmão.
    MAÇOM ENCOSTO - Também conhecido como irmão coitado, é carinhoso, chegado, gosta de se fazer de vítima, para ter apoio ou conseguir favores, que às vezes nem necessitaria realmente, aluga a Loja, mas na hora em que se precisa do retorno, ainda não retornou.
    MAÇOM 'NÃO SEI PORQUE' - 'Não sei porque ele ainda é maçom; nem você, e talvez nem ele saiba'. Não comparece; não colabora; dá trabalho ao Tesoureiro; critica o que se faz e o que deixou de ser feito; ninguém sabe por que ele entrou e como conseguiu galgar os diversos graus; porque ali permanece e porque demoram em eliminá-lo.
    MAÇOM 'PASTOR' - É aquele que se acha a última reencarnação Crística, quando começa a falar não pára mais, deveria fundar uma seita e não pertencer a Maçonaria; não aceita contradições, 'conhece tudo', 'sabe tudo' ou já 'viveu isso', quer que os irmãos pensem que existem duas maçonarias, antes e depois de sua iniciação, fala pelos cotovelos e não diz nada, poderia ser chamado de Maçom Enche Saco!
    MAÇOM DA SEGUNDA-FEIRA - Também poderia ser chamado de Maçom Standart. Comparece pontualmente a todas as reuniões. Maçonaria para ele se resume nisso: fica no seu lugar, não quer encargos, comissões, enfim não quer trabalhar. Não apresenta propostas; não entra em debates, discussões; nunca apresenta trabalho de cunho maçónico. Participa das votações porque é obrigado. O único serviço que presta à Loja é ser pontual com a tesouraria e dar boa referência às reuniões.
    MAÇOM CIFRÃO - Também conhecido como Maçom Comercial, é aquele que está na Maçonaria apenas para vender o seu peixe, os irmãos não passam de clientes, comparece pontualmente a tesouraria para mostrar que está bem, não conhece nada de maçonaria, não lê nada, não faz nada que não venha a render alguma medalha cunhada.
    MAÇOM BUFÃO - É aquele que não leva ninguém a sério, muito menos a Maçonaria, é alegre, de conhecimento profundo, só piadas, seria um excelente irmão se vivessemos apenas de ágapes.
    MAÇOM COMUM - É aquele Maçom que comparece, ajuda, estuda, realiza na vida profana e familiar, esta sempre a disposição quando solicitado, não se envolve em confusões, nem as cria, é o verdadeiro obreiro, um óptimo espelho para os outros.
    MAÇOM DONO DA BOLA - Geralmente ex-veneráveis forçados, não conseguem deixar o cargo e não largam o pé do actual Venerável Mestre, e quando possível fazem questão de dizer que na sua gestão era assim ou assado. Melhores que eles para dirigirem a Loja, ninguém. Acham-se donos da Loja, não admitem que se faça nada sem sua autorização ou consulta, e se isso acontecer, ficam contra o projecto. Irmãos de verdade para eles, somente aqueles que os apoiam.
    MAÇOM DEDICADO - Finalmente o Maçom com 'M' maiúsculo, sem subtítulos. Comparece às reuniões, vive os problemas da Loja, procura trabalho. Não rejeita encargos nem tarefas, aponta erros, aplaude êxitos. Assume responsabilidades sem segundas intenções. Não procura impor as suas opiniões. Muitas vezes se aborrece, se desilude, mas, na próxima sessão, lá está de novo incansável. É o 'que carrega a Loja às costas'. Procura estudar os rituais, o simbolismo, a filosofia maçónica. Não vive a exaltar os seus feitos para chamar atenção, nem a criticar os outros. O que seria da Loja e da Maçonaria se não existisse esta consciência?

    Como se constata não há diferenças entre os possíveis tipos de Maçon e os de profano.
    E porque deveria haver ?
    A massa é a mesma, portanto a Maçonaria só pode refletir o mundo exterior, desejavelmente para muito melhor. O que lamentamos profundamente é que o "mundo exterior" não reflicta a Maçonaria.
    A Humanidade seria mais justa e feliz.

    Melhorias na Loja FSL

    Meus estimados irmãos!

    Como pode ser visto, estamos fazendo algumas melhorias na estrutura física da nossa Loja Maçônica. Todos estamos empenhados, pois unidos faremos uma diferença significativa.
    Obrigado pela participação e carinho na aceitação das propostas de melhorias. Com certeza todos ganharemos pela beleza do nosso ambiente de encontro fraterno.
    Visite e dê sua importante opinião para o bem de todos!

    Um TFA!
    VM Galvão Freire

    Nem tudo que se houve, se entende! Conversa de Maçom é complicada?

    Milas recebe em casa a visita dos irmãos Otaner e Ramehda. A esposa de Milas auxilia na recepção e todos se cumprimentam e se beijam. Com a alegria de sempre, eles se sentam e antes de iniciarem as conversas, Milas pede à esposa:
    - “Querida, por favor, peça à Maria que providencie aquele cafezinho três ´efes` – fraco, frio e fedido pra esses dois ´efes` – sorrindo, e antes de aparecer adjetivos maliciosos, completou: “faltantes e fraternos”. Todos riem muito.
    Na verdade eles estavam pedindo “cobertura de sala”, temporária, à cunhada. Ela entende muito bem, pede licença e sai. Recomenda à empregada que prepare o café e volta afazer o que fazia antes na saleta anexa: costurar a alça do avental de Milas que havia arrebentado. Enquanto costura vai pensando: “Milas está engordando muito; precisa moderar nesses… Como é mesmo aquela palavra que eles falam? …a..ágape…isso…precisa diminuir esses ágapes semanais”. E a conversa na sala principal e tão alta que chega a ser impossível deixar de ouvi-la.
    - “Ontem eu estive na Quinta Essência”, disse Otaner.
    - “E ela é da Sereníssima?”, pergunta Ramehda.
    - “Lógico, é a 349. Foi uma sessão pra lá de Jota e Pê. Não era Magna, todos estavam de balandrau, mas fizeram a entrada de Past Máster com a abóbada de aço e estrelas. O Veeme comandou uma bateria incessante. Depois esse Filho da Viúva apresentou uma senhora peça de arquitetura. Falou de um obreiro que seguiu para o Oriente Eterno, depois de trabalhar incessantemente nas Pedras Bruta e Polida e considerava o Livro da Lei a obra máxima na Terra”.
    Com a agulha e a linha, a cunhada vai unindo novamente a alça do avental, mas, por mais que se esforce, não consegue unir aquelas palavras a um sentido qualquer.
    - “E eu estava, na semana passada, na Era de Aquários, lá em Ribeirão”, fala Ramehda. “Eu nunca vi tantas colunas gravadas na bolsa”! Eram pranchas e mais pranchas, muitas prévias, e um pedido de Quit-Placet; todos ficaram surpresos, principalmente as luzes; fiquei com pena do Secretário a medida que o Veeme ia decifrando, ele ia botando tudo aquilo no balaústre. Também fiquei bobo de ver a quantidade de metais no Tronco. “A única coisa que eu não gostei, foi quando eles formaram a cadeia para passar a semestral, eu tive de ficar no Átrio”.
    A esposa continua a não entender bulhufas.
    - “Mas é claro, se você não é do Quadro…”, argumenta Milas. “Nesse caso não importa quantos degraus você subiu na escada de Jacob. E, falando nisso…”, continua, “em junho participei de trabalhos de banquete, na Seguidores em Cruzeiro. Meti o meu ‘ne varietur’ no livro e nem foi preciso ser trolhado. O betume estava delicioso e a pólvora vermelha estava divina. Fizemos bons fogos. Na bem da Ordem, ou melhor sobre o Ato, falei sobre alguns landmarks e depois agradeci”.
    A cunhada já se considerando uma estrangeira, serve o café em silêncio e momentos seguintes os irmãos se despedem e se vão, após o tradicional “Que o Supremo Arquiteto os acompanhe”.
    - Querido – pergunta a esposa – Por que vocês não conversam como pessoas normais?”
    Milas beija-lhe a fronte e, sorrindo, responde:
    - “Porque você é uma linda goteira!”

    terça-feira, 18 de outubro de 2011

    UM ANO SEM F. GOMES

    A Loja Frank Shermann está  homenageando o   Irmão Francisco Gomes de Medeiros, mais conhecido como F. Gomes,  que foi vitima de um  atentado covarde no dia 18 de Outubro de 2010 na porta de casa.
    A Maçonário está de luta nesta data tão triste, onde lembramos  1 ano sem F. Gomes, um homem justo que sempre buscou a verdade, a liberdade e a igualdade como princípios de Vida  e a coragem de denunciar os vícios humanos como arma contra Mal.
    Que o Grande Arquiteto do Universo proteja a família do Irmão F. Gomes e que a justiça seja feita.